É difícil expressar os sentimentos em uma hora dessas, hora em que a mente já não consegue raciocinar direito. Posso dizer que é um sentimento de revolta? Sim, é um sentimento de revolta.
Como é levantar da cadeira e sentar no banquinho, do lado de fora? Bom, acredito que todos vocês sabem o que é isso, o que isso significa. Quando decidi, por escolha própria, sentar no banquinho, pensei comigo: “É agora, vamos mostrar quem somos, o que queremos. Vamos gritar mais alto”.
Quem acha que é fácil, que experimente trocar a cadeira pelo banquinho, a mesa pelo chão, o teclado pelos próprios joelhos, como apoio de tanto cansaço. Isso sem falar nos pensamentos, onde esquecemos os cálculos, as cotas, as tramitações, os erros do sistema e passamos a raciocinar em cima de frases de luta, de palavras de ordem, de gritos, mas também de esperança.
Esperança que é dominada pelo cansaço, pela angústia. E não digo isso porque perdi a esperança, mas porque para mim, esta palavra perdeu um pouco de suas letras.
Não cabe a mim julgar ninguém pelos papéis desempenhados durante a greve, lembrando que desempenhamos papéis todos os dias, seja em casa ou no trabalho, mas em momentos conturbados como esse é que percebemos com mais nitidez os papéis de cada um, e acredito que desempenhamos bem o nosso papel.
Volto do banquinho para a cadeira, carregando nos ombros uma revolta por não ter conseguido caminhar até o fim... E que fim será este? Peço desculpas por não ser mais forte, mas os braços já estão pesados e os pensamentos já não estão tão organizados assim.
E nesse meu fim, volto revoltado, acho que muito mais comigo mesmo, mas não volto com vergonha, porque junto com vocês, tivemos a coragem de caminhar até o banquinho, tivemos a coragem de gritar, tivemos a coragem de expressar a nossa indignação e, com certeza, ainda estamos indignados.
Acredito que demos um passo importante, embora eu não consiga dar mais nenhum.
Isto é apenas um desabafo, uma maneira de dizer o que estou sentindo.
O que levo da experiência de trocar a cadeira pelo banquinho?
Garra, vontade de mudar e, sobretudo, coragem...
Como é levantar da cadeira e sentar no banquinho, do lado de fora? Bom, acredito que todos vocês sabem o que é isso, o que isso significa. Quando decidi, por escolha própria, sentar no banquinho, pensei comigo: “É agora, vamos mostrar quem somos, o que queremos. Vamos gritar mais alto”.
Quem acha que é fácil, que experimente trocar a cadeira pelo banquinho, a mesa pelo chão, o teclado pelos próprios joelhos, como apoio de tanto cansaço. Isso sem falar nos pensamentos, onde esquecemos os cálculos, as cotas, as tramitações, os erros do sistema e passamos a raciocinar em cima de frases de luta, de palavras de ordem, de gritos, mas também de esperança.
Esperança que é dominada pelo cansaço, pela angústia. E não digo isso porque perdi a esperança, mas porque para mim, esta palavra perdeu um pouco de suas letras.
Não cabe a mim julgar ninguém pelos papéis desempenhados durante a greve, lembrando que desempenhamos papéis todos os dias, seja em casa ou no trabalho, mas em momentos conturbados como esse é que percebemos com mais nitidez os papéis de cada um, e acredito que desempenhamos bem o nosso papel.
Volto do banquinho para a cadeira, carregando nos ombros uma revolta por não ter conseguido caminhar até o fim... E que fim será este? Peço desculpas por não ser mais forte, mas os braços já estão pesados e os pensamentos já não estão tão organizados assim.
E nesse meu fim, volto revoltado, acho que muito mais comigo mesmo, mas não volto com vergonha, porque junto com vocês, tivemos a coragem de caminhar até o banquinho, tivemos a coragem de gritar, tivemos a coragem de expressar a nossa indignação e, com certeza, ainda estamos indignados.
Acredito que demos um passo importante, embora eu não consiga dar mais nenhum.
Isto é apenas um desabafo, uma maneira de dizer o que estou sentindo.
O que levo da experiência de trocar a cadeira pelo banquinho?
Garra, vontade de mudar e, sobretudo, coragem...
Esdras Queiroz Reginato
* * *
Carta escrita por um colega de trabalho, que, vencido pelo cansaço, desistiu de continuar na luta por um aumento de salário digno. Quando nos entregou esta carta, foi um momento de muita comoção, solidariedade e compaixão.
Deixo aqui registrado seu desabafo. A sua postura, sob qualquer circunstância, é motivo de honra, respeito e de muita estima por todos nós, protagonistas deste processo tão ingrato.
[O mais importante, amigo Esdras, é que você voltou de cabeça erguida, pois defendeu os seus direitos e dos demais companheiros e nada vai macular sua dignidade.]
Deixo aqui registrado seu desabafo. A sua postura, sob qualquer circunstância, é motivo de honra, respeito e de muita estima por todos nós, protagonistas deste processo tão ingrato.
[O mais importante, amigo Esdras, é que você voltou de cabeça erguida, pois defendeu os seus direitos e dos demais companheiros e nada vai macular sua dignidade.]