Desde garoto sou fascinado pela filosofia oriental, em especial a chinesa e a japonesa. O meu fascínio teve início nas aulas de Kung Fu Shaolin. Devo muito ao meu mestre Shi Gan Fong. Ele era chinês e grande conhecedor da filosofia do seu país, mas também tinha bastante conhecimento dos ensinamentos de diversas culturas. Deixava claro para todos os seus discípulos a importância do conhecimento, e como sempre se atualizava, procurava passar para nós tudo que descobria e que julgava válido para o nosso crescimento pessoal.
Foi por meio dele que ouvi pela primeira vez sobre o Kaizen. Uma palavra japonesa que significa melhoramento, mudança para melhor, aprimoramento contínuo. Acredito que foi por influência do mestre Shi que me tornei uma pessoa que está sempre em busca do aprimoramento, querendo sempre se atualizar e que gosta de desafios. Confesso que hoje estou mais interessado no meu aprimoramento pessoal, intimamente ligado ao relacionamento social e modo de vida. Não que isso me impeça de buscar mudanças profissionais, pois detesto a mesmice, a rotina, o lugar comum e a falta de inovações no ambiente de trabalho. Em qualquer ofício busco os desafios e gosto de saber que existem obstáculos pela frente.
E foi justamente lendo um livro sobre marketing que hoje voltei a me deparar com o Kaizen – que também é conhecido no mundo corporativo desde 1950. Para mim foi uma novidade o fato do mundo empresarial procurar adotar tal filosofia, mas me senti satisfeito em saber que sempre procurei seguir, do meu jeito, o que o capítulo do livro aborda. Abaixo, trechos do capítulo que terminei de ler:
“A prática do Kaizen visa não somente a melhoria da empresa, como do homem (profissional, social e individual) que nela trabalha. Partindo do princípio de que o tempo é o melhor indicador isolado de competitividade, o processo busca atuar de forma ampla para reconhecer e eliminar os desperdícios existentes na empresa, sejam em processos produtivos já existentes ou em fase de projeto, produtos novos, manutenção de máquinas ou mesmo processos administrativos.
Para o Kaizen, é sempre possível fazer melhor. Nenhum dia deve passar sem que alguma melhora tenha sido implantada, seja ela na estrutura da empresa ou no indivíduo. Sua metodologia traz resultados concretos, tanto qualitativa quanto quantativamente, em um curto espaço de tempo e a um baixo custo (que, consequentemente, aumenta a lucratividade), apoiados na sinergia gerada por uma equipe reunida para alcançar metas estabelecidas pela direção da empresa. (...)
Para ilustrar de forma mais profunda os princípios do Kaizen, os japoneses costumam nos contar uma fabula chamada ‘O Tesouro de Bresa’, em que um pobre alfaiate compra um livro que contém o segredo de um tesouro. Mas, para descobrir o segredo, ele deve decifrar todos os idiomas escritos no livro. Ao estudar e aprender esses idiomas, começam a surgir oportunidades, e ele, lentamente e de forma sustentada, começa a prosperar. Em seguida, ele precisa decifrar os cálculos matemáticos do livro. É obrigado então a continuar estudando e se desenvolvendo, e sua prosperidade aumenta ainda mais. No final da historia, não há tesouro algum. Mas, na busca do segredo, o alfaiate se desenvolveu tanto que ele mesmo passou a ser a grande riqueza. O processo de melhoria não deve acabar nunca, e os tesouros são conquistados com saber e trabalho. Por isso, a viagem é sempre mais importante do que o destino. Ou seja: o que tem nexo nos negócios e na vida é a busca da melhoria. Os resultados são apenas consequência.”
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Think about it.
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Os trechos que transcrevi foram extraídos do livro: O marketing na era do nexo: novos caminhos num mundo de múltiplas opções, de Walter Longo e Zé Luiz Tavares. Ed. Best Seller.
Significado dos ideogramas: kai (mudança), zen (boa).