quinta-feira, 31 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Os Sentimentos
SAUDADE
é quando o momento tenta fugir da lembrança
para acontecer de novo e não consegue;
LEMBRANÇA
é quando, mesmo sem autorização,
seu pensamento reapresenta um capítulo;
ANGÚSTIA
é um nó muito apertado bem no meio do sossego;
PREOCUPAÇÃO
é uma cola que não deixa o que ainda
não aconteceu sair de seu pensamento;
INDECISÃO
é quando você sabe muito bem o que quer
mas acha que devia querer outra coisa;
CERTEZA
é quando a idéia cansa de procurar e pára;
INTUIÇÃO
é quando seu coração dá um pulinho
no futuro e volta rápido;
PRESSENTIMENTO
é quando passa em você o trailer de um filme
que pode ser que nem exista;
VERGONHA
é um pano preto que você
quer pra se cobrir naquela hora;
ANSIEDADE
é quando sempre faltam muitos minutos
para o que quer que seja;
INTERESSE
é um ponto de exclamação ou de interrogação
no final do sentimento;
SENTIMENTO
é a linguagem que o coração usa
quando precisa mandar algum recado;
RAIVA
é quando o cachorro que mora em você
mostra os dentes;
TRISTEZA
é uma mão gigante que aperta seu coração;
FELICIDADE
é um agora que não tem pressa nenhuma;
AMIZADE
é quando você não faz questão de você
e se empresta pros outros;
CULPA
é quando você cisma que podia ter feito diferente,
mas, geralmente, não podia;
LUCIDEZ
é um acesso de loucura ao contrário;
RAZÃO
é quando o cuidado aproveita que a emoção
está dormindo e assume o mandato;
VONTADE
é um desejo que cisma que você é a casa dele;
PAIXÃO
é quando apesar da palavra 'perigo'
o desejo chega e entra;
AMOR
é quando a paixão não tem outro
compromisso marcado.
Mário Prata
sábado, 26 de março de 2011
História dos Sentimentos
A base desta historinha, que adaptei, me mandou Martha Herzberg, terapeuta fantástica e amada amiga. Segundo ela, o autor é anônimo, mas desconfio que foi dela essa deliciosa ideia.
Os Sentimentos Humanos certo dia se reuniram para brincar. Depois que o Tédio bocejou três vezes porque a indecisão não chegava a conclusão nenhuma e a Desconfiança estava tomando conta, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde. A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo, e a Intriga começou a cochichar com os outros que certamente alguém ali iria trapacear.
O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas num canto, a entrarem no jogo. A Verdade achou que isso de esconder não estava com nada, a Arrogância fez cara de desdém pois a ideia não tinha sido dela, e o Medo preferiu não se arriscar: “Ah, gente, vamos deixar tudo como está”, e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz.
A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava. O otimismo escondeu-se no arco-íris, e a Inveja se ocultou junto com a Hipocrisia, que sorrindo fingidamente atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo.
A Generosidade quase não conseguia se esconder porque era grande e ainda queria abrigar meio mundo, a Culpa ficou paralisada pois já estava mais do que escondida em si mesma, a Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe oferecia, porque não era nem boba nem fingida; o Egoísmo achou um lugar perfeito onde não cabia ninguém mais.
A Mentira disse para a Inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo, e o Esquecimento já nem sabia o que estavam fazendo ali.
Depois de contar até 99 a Loucura começou a procurar.
Achou um, achou outro, mas ao remexer num arbusto espesso ouviu um gemido: era o Amor, com os olhos furados pelos espinhos.
A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele, espalhando beleza pelo mundo. Desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha.
Juntos fazem a vida valer a pena – mas isso não é coisa para os medrosos nem para os apáticos, que perdem a felicidade no matagal dos preconceitos, onde rosnam os deuses melancólicos da acomodação.
Lya Luft
Extraído do livro Pensar é transgredir.
* * *
Imagem: site Jootix
quarta-feira, 23 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Responsabilidade se adquire
Aprender com os erros. Isto serve para tantas coisas na vida da gente. A cada tropeço, a cada queda, a cada reconhecimento de nossos erros, vamos moldando nossa personalidade, nosso caráter, e, assim, auxiliando na construção da responsabilidade que aplicamos em diversas situações por toda a vida.
Quem não aprende com os próprios erros e não se esforça, que transfere a culpa a alguém ou a alguma coisa, comete os mesmos erros repetidamente e a possibilidade de se tornar uma pessoa fracassada, de mal com a vida, é enorme.
Responsabilidade se adquire. Não é algo a que tem direito. Se você notar que alguém hesita dar-lhe alguma responsabilidade adicional, provavelmente é porque você foi indiferente com outra responsabilidade que já tinha. Se você é do tipo de pessoa que pensa “se me derem algo para fazer que seja desafiante, levarei mais a sério”, saiba que essa é uma atitude irresponsável.
Existem pessoas que somente fazem as coisas enquanto elas são um desafio, quando é novidade e quando é divertida - e quando isso se desvanece, elas perdem o interesse. Claro que diversas atividades com o passar do tempo se tornam cansativas, rotineiras e desestimulantes, mas isso não significa que devemos executá-las de qualquer jeito, fazendo por fazer, dando a entender que aquilo é inútil, quando na verdade devemos considerar que é por meio delas que pagamos nossas contas.
Em qualquer situação, sempre existem alguns fatores que não podemos controlar. As pessoas irresponsáveis tendem a transferir a culpa para esses fatores, e acabam acreditando piamente que o problema não é delas. Quando fazem uma desculpa, quando dizem "eu não sou responsável por isso por que...", o que estão realmente dizendo é: "Eu não sou responsável."
Preste atenção em como você pensa e fala - você se encontra fazendo desculpas? As desculpas surgem de diversas formas e o mais comum é: "Eu ia fazer, mas...". Ah, esse “mas”!
Volta e meia me deparo com pessoas que se dizem vítimas das circunstâncias. Ninguém tem o controle absoluto sobre tudo, mas se alguém está sendo forçado a fazer algo contra sua vontade, deve raciocinar que, mesmo assim, ainda tem uma chance de influenciar o resultado. Muitas pessoas que não assumem a responsabilidade por suas atitudes se veem como pessoas indefesas e seus próprios esforços como futilidades.
Assumir a responsabilidade por algo que você vai levar a culpa, se ele não funcionar, é uma atitude coerente que denota que você sabe superar seus fracassos e que aprende com eles. Em outras palavras, não é o fim do mundo se você errar! Reconheça o seu papel. Não tenha vergonha de admitir seus erros e demonstre o quanto se esforça em deixar de cometê-los. Não só irá reforçar o seu próprio senso de responsabilidade, como também vai ganhar o devido respeito.
Outra coisa que devemos considerar como importante dentro da esfera da responsabilidade, conforme diz o ditado, é: não morda mais do que você pode mastigar. Não assuma compromissos que você provavelmente não poderá cumprir. Às vezes, dizer "não" é a coisa mais responsável a fazer.
Perda de confiança e falta de motivação, ao longo do caminho, é totalmente natural e certamente você encontrará uma maneira de superar esses incômodos. Tenha em mente que o importante é o que você recebe de volta.
Márcio Luiz Soares
domingo, 6 de março de 2011
Parte da trilha
quarta-feira, 2 de março de 2011
Contextualize
[nada de mal me quer, bem me quer...]
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“Se quer ser amado, ame.”
Sêneca
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Clique na imagem para ampliar - recomendo!
Foto de: Iana (http://diz-funcional.blogspot.com/)