quarta-feira, 27 de abril de 2011
Parte da trilha
segunda-feira, 18 de abril de 2011
O amor que não se pode dar
Amar nem sempre é possível ou correto. Manifestar ativamente um comportamento amoroso pode ser errado, não importa o que ideais e coração digam. Esta constatação vale para todo tipo de relação que envolve aquele sentimento chamado “amor".
Uma mãe pode se ver na necessidade de não arrumar mais o quarto do filho, de não cuidar de sua comida e segurar o carinho que gostaria de expressar. Um amante pode ter que deixar a pessoa amada, e um irmão afastar-se do irmão. O sorriso pode ter que ser engolido e a mão retirada. A vontade de dar, de abrir os braços e ajudar pode precisar ser contida, calada e ignorada. Por quê?
Porque o amor exige reciprocidade. Quando o que se dá não encontra eco da parte de quem recebe, o dar é fora de lugar e continuar a oferecer se torna um ato neurótico. Ela está lutando contra o reconhecimento do que é.
Há momentos em que ser mãe é deixar de dar ao filho o que por anos foi o cerne dos cuidados maternos. As mães podem reconhecer este momento pelo cansaço que sentem.
O amante sente quando é hora de ir embora quando o vazio se torna insuportável. E o amigo dá adeus ao companheiro ao perceber que, por vezes demais, os fatos não rimam com as palavras.
Como um terreno que dá abundante colheita, mas não é nutrido chega a secar, assim, o doador de amor, achando que está fazendo uma coisa bonita, continua a agir conforme seus sentimentos até encontrar-se seco e cansado.
Se amar é uma função de ligação, ela só pode funcionar quando há autosustentabilidade. Amor é um processo psíquico que se autoalimenta pelas ações das partes envolvidas. A ação habitual é ativa e positiva, o dar. Se ela não estiver surtindo efeitos, é preciso passar à sua forma negativa e passiva, o retirar, ausentar-se, silenciar e afastar-se. Somente desta forma se preserva o equilíbrio psicológico.
Inevitavelmente, a tristeza é sua consequência. Deixar de expressar o carinho que se sente ou até virar-lhe as costas é doloroso para quem tem sentimentos. Entretanto, é o único caminho sustentável do ponto de vista psicológico.
Amadurecer passa por reconhecer o que é. Aceitar a realidade exposta a cada minuto de que o amigo, o filho, o amante, o irmão não retornam o amor que recebem implica para a pessoa consciente parar de jogar pérolas aos porcos.
E, assim fazendo, oferecer um último gesto de amor, o de criar o vazio para permitir que no outro o sentimento possa crescer e florescer.
Adriana Tanese Nogueira
http://www.psicologiadialetica.com
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Ótima sugestão da minha amiga Helena Alves.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Devora-me
sábado, 9 de abril de 2011
Por quê?
quinta-feira, 7 de abril de 2011
sábado, 2 de abril de 2011
Viva a vida
Acabei de ver o último episódio da primeira temporada do seriado The Big C (pelo canal HBO) e fiquei muito emocionado. Se você tiver a chance de assistir a série, aproveite. Ela é muito, muito boa, mesmo.
Laura Linney está excelente como Cathy Jameson, uma mulher que manifesta diversos sentimentos e emoções após descobrir que tem câncer terminal. Pode parecer que se trata de uma série piegas, mas não é. Apesar do tema delicado, a série apresenta uma mistura refinada de drama e comédia que faz a gente se envolver no carrossel de emoções juntamente com Cathy e se surpreendendo a cada decisão, a cada atitude que ela toma, provando pra gente que o que realmente importa na vida é procurar realizar nossos sonhos e aproveitar o agora, aproveitar o tempo incerto, aproveitar cada dia como se fosse o último. Em cada episódio uma baita lição de vida. Nunca é tarde para começar a viver de verdade.
Eu não podia deixar de citar a trilha sonora que é impecável. Desde a música tema até as canções que encerram cada episódio. Destaco nesta postagem, a canção que rolou durante as cenas finais do episódio que mencionei. Capaz de provocar lágrimas.
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Na edição do clipe abaixo: Adam, o filho de Cathy, descobre os presentes que a mãe deixou para os seus “próximos aniversários” em que ela, provavelmente, não estará presente. Não esqueça de parar as músicas do blog clicando no pause do player ao lado.
E não deixe de ouvir a música completa e de ler a letra e a tradução: tudo aqui.
Inté.
Imagem: por Showtime – © Showtime 2010.