quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Lar doce lar




“Onde amamos, é o nosso lar: lar que nossos pés podem deixar, mas não nossos corações.”

Oliver Wendell Holmes


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

domingo, 20 de novembro de 2011

A verdade e a mentira





A verdade marcou um encontro com a mentira. A verdade chegou na hora, pontual e certa. A mentira chegou atrasada e se justificou: "Minhas pernas são curtas e bambas. Mas não conte a ninguém". A verdade nada disse. Apenas sorriu. A mentira prosseguiu: "O que você quer de mim? Eu sou bonita, você é feia, eu sou jovem, você é velha, eu sou extrovertida, você é tímida, eu sou agradável, você é desagradável, eu sou, enfim, aquilo que as pessoas querem. Posso ser qualquer coisa, estar em qualquer lugar, posso fazer tudo o que quero e francamente, não vejo porquê de estar aqui, nesse momento, perdendo meu tempo com alguém que não é bem-aceita em todos os lugares. O que você quer de mim afinal?", disse a mentira com a voz ligeiramente esganiçada.

A verdade com voz límpida e cristalina, respondeu apenas: "Quero lhe dizer que, apesar de sua beleza e formosura, eles querem a mim. As pessoas buscam a mim, mesmo quando encontram você".

Na hora de ir embora, sempre apressada, a mentira botou o casaco da verdade e saiu correndo. A verdade, para não passar frio, botou a roupa da mentira. E todo mundo achou que a verdade era a mentira e a mentira era a verdade. Mas foi só por um tempo. Logo um vento soprou revelando as pernas curtas e bambas da mentira disfarçada.



Diléa Frate
Histórias para acordar

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O botão certo






Está frio lá fora. Não me importo. Saio. Quero ver as estrelas. Quero ser abraçado pela Lua e descansar meus pensamentos. Sua luz reconfortante tornaria tudo mais suave. Mas ela não consegue vencer a batalha contra as nuvens. Resta-me sua energia.

Como forte aliadas tenho as músicas que jorram pelo fone de ouvido. As notas penetram implacavelmente. Embarco numa viagem de alegria, dor e saudade que se misturam resultando num sentimento de enorme satisfação por eu ter feito parte de um momento especial. Por ter feito a minha parte.

Os momentos nunca mais voltarão. Mas estão eternizados dentro de mim. Basta uma fotografia, ou um encontro casual, uma conversa, ou, simplesmente, uma música para apertar o botão certo.

Simplesmente?

Não, não tem nada de simples nisso. Como pode haver simplicidade com tanta emoção sendo despertada? Essa chuva torrencial de imagens rapidamente enche um balde feito de lamentação. E ao transbordar, as imagens se transformam em sentimentos escondidos. Outrora esquecidos pelo tempo. Adormecidos.

Até breve, encantadora Lua. Até logo, músicas do passado.

Olá, meu querido travesseiro, companheiro de muitas madrugadas de solidão e tristeza. Lenço vencido. Eis-me aqui. Como antes. Como sempre.

Será assim até o fim. Sim, até o fim.


Márcio Sclinder

* * *
O "botão certo" pode ter sido acionado com a música do clipe abaixo. 





[clique na imagem para ver o vídeo em tela maior]

Letra e tradução: aqui.

sábado, 5 de novembro de 2011

Saudade





Saio a caminhar a esmo
Seu fantasma me acompanha pelas ruas do mundo
Vejo flashs de você na multidão da praça
Vejo você na rua nua
Vejo você na mesa crua de uma cafeteria qualquer
Vejo você na solidão da minha cama
Sinto seu beijo, suas mãos
Ouço sua voz... diz que me ama...
Como pode continuar aqui
Quem aqui nunca esteve?
É como diz Neruda:
Saudade é quando o amado partiu,
Mas o amor ficou.


Ercilia Pollice