Acho sensacional quando isso me acontece: ficar surpreso com um filme, superando minhas expectativas . Principalmente quando me faz sair do cinema sorrindo, deliciado. Isso acontece muito mais quando decido não ler muito a respeito do filme. Foi assim com Batman - O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan. Evitei ler as críticas e pouco me informei sobre sua produção enquanto rolava as filmagens. É obvio que fiz de propósito. Sabia que Chris Nolan não ia perder a mão, que a sequência não seria ruim. Batman Begins, seu filme anterior, além de ser melhor que qualquer outro filme baseado no personagem, na minha humilde opinião, é a melhor adaptação de quadrinhos para o cinema. Essa continuação, para mim, equipara-se ao filme anterior - nem inferior, nem superior.
Mais uma vez o vilão rouba a cena. A atuação de Heath Ledger está fantástica. Que Jack Nicholson que nada! Para muitos Nicholson teve uma atuação suprema - eu nunca considerei assim, apesar de ter gostado. Ledger simplesmente absorveu o Coringa dos quadrinhos (de Alan Moore e de Frank Miller) e o trouxe para a telona, do jeito que eu conhecia e apreciava, isento de qualquer caricatura e único. Para ser mais exato, o ator incorporou o personagem de uma maneira fenomenal. Pena que o ator tenha falecido tão precocemente, certamente teríamos o privilégio de ver outras grandiosas interpretações. Especula-se que vai concorrer ao Oscar. Merecido.
Para mim a melhor versão deste doido nos quadrinhos foi em A Piada Mortal, de Alan Moore. A história tem diversas tramas paralelas, cheia de simbolismo, de ótima narrativa e surpreendentemente profunda, seja no aspecto psicológico e na linguagem. De seu Coringa, aparentemente um criminoso comum, humano e lúcido, ele extraiu um homem totalmente insano e violento. Logo abaixo, bem encostadinho, na graphic novel Batman - O Cavaleiro das Trevas, temos o Coringa de Miller, a própria encarnação do mal, implacável. Aliás, para ambos autores o Coringa era o mais implacável dos inimigos de Batman, e o mais respeitado, pode-se assim dizer. Se gosta de HQ de qualidade e tendo chance, leia estas versões do Batman (assim como Batman Ano Um, também de Miller). São imperdíveis. Considero o Batman de Frank Miller um pouco superior ao de Alan Moore, e na minha opinião, foi em quem Nolan se baseou para retratar o Dark Knight nos filmes, um personagem tenso e sombrio. Bom, isso pode ser assunto para outra postagem, diretamente relacionada ao universo dos quadrinhos.
Heath Ledger, como o Coringa, roubou o filme, mas os demais atores do elenco também estão ótimos. Começando pelo Christian Bale (quem diria aquele menininho franzino e espivetado de Império do Sol), mais uma vez está muito convincente no papel - interpretando o melhor Batman de todos os tempos, onde se vê claramente toda sua preocupação existencialista, suplantando qualquer dualismo entre o bem e o mal que poderia haver dentro de si, acima de qualquer princípio. Gary Oldman, Michael Caine e Morgan Freeman, repetindo seus papéis do filme anterior, dão um charme especial. Tem também Aaron Eckhart que sempre admirei, e Maggie Gyllenhaall, que achei fabulosa no filme Mais Estranho que a Ficção, está no lugar da Katie Holmes - sei lá o motivo, mas a troca foi certeira - tirando o aspecto insosso da personagem.
Há uma aura de pessimismo no ar de Gotham que dá uma sensação de perda, de que tudo será eternamente um caos, muito bem transmitido ao espectador graças ao competente trabalho de fotografia, direção de arte, som e trilha sonora. Esse clima sombrio, degradante, imposta na cidade pelo Coringa, é que dá o tom insano, forçando, manipulando diversos personagens a romper com suas próprias verdades em prol de algo maior, motivados pelas circunstâncias e, assim, todos caem nas armadilhas do hábil vilão.
O filme é repleto de cenas mirabolantes e de enquadramentos sombrios, e eu não podia deixar de destacar umas das melhores - a do vilão pendurado por uma corda, capturado pelo Homem-Morcego. Nesta cena, um dos momentos mais significativos de toda a trama, ficamos diante de um terrível misto de lucidez e loucura dentro de uma confusa massa cinzenta de um homem que nada mais é do que um desmitificador dos valores humanos. O genial Christopher Nolan iniciou a cena com o Coringa de cabeça para baixo e, nem lento nem rápido demais, vira a câmera, em close, de maneira que não o vemos mais naquela posição, e, sim, como se estivesse virado para cima. Tal qual numa carta de baralho, onde vemos o coringa de cabeça para cima e ao contrário, simultaneamente.
Essa engenhosidade do diretor, utilizando habilmente esse artifício simbólico, é o que poderia haver de melhor para desconstruirmos o personagem, aliado, obviamente, ao que foi proferido pelo vilão naquele momento, capaz de nos levar a rever determinados conceitos. Prefiro não citá-los. Veja o filme e tire suas próprias conclusões. Levando em consideração quantas vezes você já riu de suas próprias piadas. Sozinho.
Mais uma vez o vilão rouba a cena. A atuação de Heath Ledger está fantástica. Que Jack Nicholson que nada! Para muitos Nicholson teve uma atuação suprema - eu nunca considerei assim, apesar de ter gostado. Ledger simplesmente absorveu o Coringa dos quadrinhos (de Alan Moore e de Frank Miller) e o trouxe para a telona, do jeito que eu conhecia e apreciava, isento de qualquer caricatura e único. Para ser mais exato, o ator incorporou o personagem de uma maneira fenomenal. Pena que o ator tenha falecido tão precocemente, certamente teríamos o privilégio de ver outras grandiosas interpretações. Especula-se que vai concorrer ao Oscar. Merecido.
Para mim a melhor versão deste doido nos quadrinhos foi em A Piada Mortal, de Alan Moore. A história tem diversas tramas paralelas, cheia de simbolismo, de ótima narrativa e surpreendentemente profunda, seja no aspecto psicológico e na linguagem. De seu Coringa, aparentemente um criminoso comum, humano e lúcido, ele extraiu um homem totalmente insano e violento. Logo abaixo, bem encostadinho, na graphic novel Batman - O Cavaleiro das Trevas, temos o Coringa de Miller, a própria encarnação do mal, implacável. Aliás, para ambos autores o Coringa era o mais implacável dos inimigos de Batman, e o mais respeitado, pode-se assim dizer. Se gosta de HQ de qualidade e tendo chance, leia estas versões do Batman (assim como Batman Ano Um, também de Miller). São imperdíveis. Considero o Batman de Frank Miller um pouco superior ao de Alan Moore, e na minha opinião, foi em quem Nolan se baseou para retratar o Dark Knight nos filmes, um personagem tenso e sombrio. Bom, isso pode ser assunto para outra postagem, diretamente relacionada ao universo dos quadrinhos.
Heath Ledger, como o Coringa, roubou o filme, mas os demais atores do elenco também estão ótimos. Começando pelo Christian Bale (quem diria aquele menininho franzino e espivetado de Império do Sol), mais uma vez está muito convincente no papel - interpretando o melhor Batman de todos os tempos, onde se vê claramente toda sua preocupação existencialista, suplantando qualquer dualismo entre o bem e o mal que poderia haver dentro de si, acima de qualquer princípio. Gary Oldman, Michael Caine e Morgan Freeman, repetindo seus papéis do filme anterior, dão um charme especial. Tem também Aaron Eckhart que sempre admirei, e Maggie Gyllenhaall, que achei fabulosa no filme Mais Estranho que a Ficção, está no lugar da Katie Holmes - sei lá o motivo, mas a troca foi certeira - tirando o aspecto insosso da personagem.
Há uma aura de pessimismo no ar de Gotham que dá uma sensação de perda, de que tudo será eternamente um caos, muito bem transmitido ao espectador graças ao competente trabalho de fotografia, direção de arte, som e trilha sonora. Esse clima sombrio, degradante, imposta na cidade pelo Coringa, é que dá o tom insano, forçando, manipulando diversos personagens a romper com suas próprias verdades em prol de algo maior, motivados pelas circunstâncias e, assim, todos caem nas armadilhas do hábil vilão.
O filme é repleto de cenas mirabolantes e de enquadramentos sombrios, e eu não podia deixar de destacar umas das melhores - a do vilão pendurado por uma corda, capturado pelo Homem-Morcego. Nesta cena, um dos momentos mais significativos de toda a trama, ficamos diante de um terrível misto de lucidez e loucura dentro de uma confusa massa cinzenta de um homem que nada mais é do que um desmitificador dos valores humanos. O genial Christopher Nolan iniciou a cena com o Coringa de cabeça para baixo e, nem lento nem rápido demais, vira a câmera, em close, de maneira que não o vemos mais naquela posição, e, sim, como se estivesse virado para cima. Tal qual numa carta de baralho, onde vemos o coringa de cabeça para cima e ao contrário, simultaneamente.
Essa engenhosidade do diretor, utilizando habilmente esse artifício simbólico, é o que poderia haver de melhor para desconstruirmos o personagem, aliado, obviamente, ao que foi proferido pelo vilão naquele momento, capaz de nos levar a rever determinados conceitos. Prefiro não citá-los. Veja o filme e tire suas próprias conclusões. Levando em consideração quantas vezes você já riu de suas próprias piadas. Sozinho.
9 comentários:
Ô, Marcião?! cara! imagine se não vou ficar prestando atenção em tudo q sair da boca do coringa depois da dica q vc deu!! é hj mesmo!! kkkkkk abraço
Engraçado, ontem ao voltar para casa, olhei o céu todo estrelado e me lembrei de você e é claro da sua postagem “falta de Pique” do dia 09/08, e hoje ao dar uma passada como sempre faço por aqui, me deparo com esta postagem, que influência dos céus, não!?!?
Quanto ao filme não me atentei em assistir até hoje... minha filha já assistiu e comentou ser muito bom, mas não usou as mesmas técnicas de persuasão que você. Agora quanto a ti falar o quê !?!? Sem comentários !! Sempre gostei de ver revistas em quadrinhos de super heróis, confesso que Batman não era dos meus favoritos, aliás meu favorito era “Fantasma”, portanto resisti um pouco em assistir Batman Begins, mas assisti e valeu a pena, como não tinha ouvido comentários sobre esse estava sossegada; até agora...
Obrigada mais uma vez Márcio pela sua indicação é claro que as bilheterias e as locadoras agradecem muito mais
Beijos.
Maggie.
Uau!! Agora quero ver o filme de novo!! Êêê márcio, viu!!! Beijos
Nunca fui fã de histórias em quadrinhos e nem gosto muito de filmes de super heróis, mas agora estou me sentindo tentada a ver esse filme e ler essas histórias, pois gosto de tudo que se refere aos assuntos da complexa mente humana. Abraços Samantha
Finalmente outra de dica de filme. Gosto dos seus comentários. Estou enrolando muito pra ver esse novo do Batman, agora fiquei com mais vontade de ver a atuação do Heath Ledger e o que o diretor e os roteiristas prepararam para o personagem dele - do jeito que você comentou é pra sair refletindo do cinema - coisa difícil em filme arrasa quarteirão. Abraços
Meus preferidos são o Super-homem e o Homem Aranha. Mas Batman faz parte de minha infância - aquele Batman mais colorido, com uma amizade estranha com Robin - e sempre estarei disposta a vê-lo na telona.
cara, q filme!! q batman! e mais ainda, q coringa fabuloso, sensacional!! e os diálogos do cara!! a cena da prisão e qdo tá pendurado, q é aquilo?!!! se não fiosse pr vc, sei lá se prestaria tanta atenção!! muito bom! hããã... tem aqueles gibis q mencionou pra emprestar?!? kkkk abraço
Márcio!! seu danado!! rs virei fã!! acabei de assistir batman begins, inverti vi o 2° antes do 1°! rs agora vou caçar as revistinhas!! sério! bjs Samantha
Fantástico esse filme!! E como eu previa depois do que li seu, saí refletindo e assim foi durante dias, lembrando, ou tentando lembrar, os dialogos do Coringa. E a coisa da virada da câmera??!! Demais. Muito bem observado, Márcio. Bacana. Abraços
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