domingo, 29 de agosto de 2010

Quem quer brincar põe o dedo aqui!







Brincar é coisa de criança. Você provavelmente já ouviu (ou já disse) essa frase. Mas será que é isso mesmo? Segundo os dicionários (Houaiss e Aurélio), brincar é se distrair com jogos infantis, com um objeto ou uma atividade qualquer, como pular, correr, se agitar, se divertir infantilmente, foliar e dançar. 

O Artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da ONU diz: "Toda criança tem o direito ao descanso e ao lazer, e a participar de atividades de jogo e recreação, apropriadas à sua idade, e a participar livremente da vida cultural e das artes". 

Se eu disser que brincar cumpre muitas funções fundamentais ao desenvolvimento das crianças e dos adultos e que não é necessário nenhum brinquedo para isso, você pensaria que eu estou... brincando? 

Eu poderia tentar convencer a todos, dizendo, "cientificamente", que brincar: — exercita potencialidades, favorece o conhecimento, sociabiliza, sensibiliza e desenvolve intelectual, física, social e emocionalmente (psicomotricidade, linguagem e criatividade); — estimula o pensamento e os sentidos através de atividades do dia-a-dia (mudar as coisas de lugar, bater a mão na mesa, brincar com bichos ou atirar coisas no chão, na parede, etc.); — exterioriza sua realidade interior, libera sentimentos e expressa opiniões; — ensina a seguir regras, experimenta formas de comportamento, tem papel decisivo nas relações entre a criança e o adulto, entre as próprias crianças e entre a criança e o meio ambiente; — cria meios para tornar as crianças responsáveis, atenciosas, trabalhadoras; — ensina a trabalhar em grupo, a compartilhar, negociar, solucionar conflitos e a defender pontos de vista. 

Ficou claro? Convenci vocês? Está política e cientificamente correto? Mas não existe uma forma mais divertida de entender essa questão e, mesmo assim... brincar? 

As crianças se espelham nos adultos próximos e queridos (familiares e professores, por exemplo). Assim, temos nossa parcela de responsabilidade, até em ensinar as crianças a não levarem tudo tão a sério e de forma tão adulta. Ou será que nós não podemos aprender com as crianças a sermos responsáveis apenas na medida e que podemos brincar mais com a vida, com as pessoas, com nossos filhos? 

Tempo e espaço. É tudo o que nós precisamos para brincar. De quanto espaço precisamos para sonhar? Quanto tempo é necessário para sorrir? 

A criança pode brincar com adultos, com outras crianças de qualquer idade e é importante que aprenda a brincar até sozinha, estimulando sua imaginação. Pode-se brincar com ou sem brinquedos e é importante que a criança conheça e use as duas possibilidades. 

Mas é no seu espaço, no seu lar, na sua família, que se forma a base de seu mundo de agora e de todos os tempos. Tempo e espaço. Diversão sem brinquedos pode ser a chave para unir mais a família. 

Muitas vezes, tentamos suprir nossa ausência e amenizar nossa culpa através de presentes, dando brinquedos para que nossos filhos se ocupem, enquanto não temos tempo ou espaço para eles em nossas vidas. A melhor brincadeira para eles (e para nós, sem nenhuma dúvida) é aquela que jogamos juntos, transmitindo nosso entusiasmo. 

E se nós priorizássemos, em busca de um futuro melhor para nosso mundo, um tempo e um espaço em nossa atribulada agenda para brincar com nossos filhos? Especialistas garantem que meia hora diária para brincar com os filhos é suficiente para incorporar essa atividade importante na rotina familiar. Baseado nessas opiniões e aproveitando uma campanha brilhante que já existe, eu proponho criar um movimento: O Agita Família. 

São apenas 30 minutos (tempo), em casa ou em algum outro lugar (espaço), que os pais podem dedicar a brincar com seus filhos de qualquer idade. Brincar de roda, contar histórias, esconde-esconde, fazer bolinhas de sabão, correr, pintar, dançar, fantasiar, amarelinha, pega-pega e muitas outras possibilidades que vocês brincavam quando crianças. 

Junte-se a esse movimento, brinque e vamos sair do "sedentarismo familiar".


Moises Chencinski
(o autor é médico homeopata, pediatra)

Extraído do jornal Correio Popular, de 10/10/2008, Campinas/SP 

* * *
Foto: Fun theory, de Ben Smith (dotbenjamin)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Luz






Às vezes...
Muitas vezes queria ser como a Luz
Que vai abrindo caminhos na obscuridade
E o que não vejo nas sombras, se revelasse em mim
O espelho que miro, nem sempre me reflete
Pois meus olhos já o atravessaram

Então, reflito sobre luz e escuridão...
Não como positivo-negativo ou, se há luz - não há trevas
Mas, como portas que se abrem pelo lado de dentro
E para dentro, para o profundo... para o imenso
Talvez como quem mergulhe no mar
Sem saber a profundidade
Talvez porque procuro por aquilo que nem sei o que é,
Mas sei estar lá...

A luz que lanço tem sido insuficiente para o lado mais sombreado
Problemas não são trevas e nem desaparecem à presença da luz.
São desafios que temperam os dias e as noites – há que se encarar,
Com e sem medo de ser aprendiz


Há que se confiar que há uma saída para cada túnel


Se pudesse...
Levaria tudo pro aconchego da noite, pois ela me entende e me acolhe
No escuro da noite, viajo e sou luz do meu farol...
Vislumbro horizontes!
Para ver é preciso fechar bem os olhos, abrir alma e coração

Se a Luz, por si mesma resolve... o que saberá sobre trevas?
Mas, se as perguntas são outras
As respostas estão no imenso mar de si mesmo
Mergulhar sem lanternas, feito luz das cadentes no oceano



Madá Freire

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Uma singela homenagem





José Saramago: um escritor de muitas vírgulas, poucos parágrafos e poucos pontos finais. Sua sabedoria deixou aos seus leitores muitos dois pontos. Seus livros serão eternos; seu estilo, único.

Com esta frase ganhei um livro do Saramago, “O Evangelho segundo Jesus Cristo”. Uebaaa!!

Foi num concurso cultural promovido pelo Jornal Metro, em homenagem ao escritor. Inclusive, a campanha desta promoção tem uma frase muito bacana: “A melhor forma de homenagear um revolucionário da escrita como José Saramago é não colocar um ponto final em seu legado.”

Neste concurso a frase tinha que ter no máximo trinta palavras. Parecia que estava digitando mo Twitter, tendo que me limitar. Ah, eu estava tão empolgado! Até me lembrar das regras. Com tantas alterações que fiz, nessa coisa de apagar aqui, mudar ali, sobrou pouca coisa, mas funcionou. Consegui passar a mensagem que queria, afinal alguém do jornal entendeu. Uou.

Ainda não li este livro, mas faz parte da lista faz um tempão. Agora não tenho desculpas. Li poucas coisas dele, mesmo assim virei um grande fã. O primeiro que li foi “O conto da ilha desconhecida”, que é simplesmente fantástico. Qualquer dia eu conto algo sobre ele.

Bom, mais um livrinho pra coleção. Mais um pra fila. Que está bem loooonga... Ô Jesuis!...