quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Recomeçar



Aproveitando que vou passar o reveillon na região de Campinas (mais uma vez!) decidi fazer a última postagem do ano num dia que antecede o dia que mais gosto depois do meu aniversário - o 1º dia do ano. Nem eu entendo bem essa minha grande admiração, essa minha vontade de querer curtir a passagem do ano ao máximo, madrugando, bebendo, comendo, brincando de Imagem & Ação, entre outras atividades que me mantém acordado!

Como recebi diversas mensagens bonitas, profundas, interessantes e positivas, achei que postar uma delas seria bacana. Dureza me decidir! Optei por duas que me sensibilizaram um pouco mais, traduzindo muita coisa que penso e desejo. Coincidentemente, as duas escolhidas me foram enviadas por duas amigas que se chamam Cláudia.

A primeira mensagem é da Ana Cláudia Geremias - um texto recheado de coisas positivas e inspiradoras. Também inspiradora foi a letra de uma música do Frejat que a Cláudia Rovani enviou em forma de mensagem de final de ano – gostei da idéia! E claro que postei o clipe da música. Aliás, dois clipes que encontrei no Youtube. O primeiro é o oficial do cantor. O outro achei tão bacaninha que eu não quis deixar de fora.

A postagem ficou longa, mas vale a pena, pois transmite tudo que a gente precisa ouvir, falar, ver, perceber, enfim ter atitude, e assim fazer com que 2009 seja melhor, diferente. Depende de nossa vontade pra mudar, de ousar e de tentar ser mais feliz.


* * *

O NOVO ANO Em menos de um dia estaremos no último dia do ano de 2008...

E depois da meia-noite, virá o Ano Novo... O engraçado é que - teoricamente - continua tudo igual... Ainda seremos os mesmos. Ainda teremos os mesmos amigos.

Alguns estarão no mesmo emprego.

O mesmo parceiro ou parceira.

As mesmas dívidas (emocionais e/ou financeiras).

Ainda seremos fruto das escolhas que fizemos durante a vida.

Ainda seremos as mesmas pessoas que fomos este ano...

A diferença, a sutil diferença, é que quando o relógio nos avisar que é meia-noite, do dia 31 de dezembro de 2008, teremos um ano in-tei-ri-nho pela frente!

Um ano novinho em folha!

Como uma página de papel em branco, esperando pelo que iremos escrever.

Um ano para começarmos o que ainda não tivemos força de vontade, coragem ou fé...

Um ano para perdoarmos um erro, um ano para sermos perdoados dos nossos...

365 dias para fazermos aquilo que quisermos...

Ou para deixarmos que façam o que quiserem conosco... Sempre há uma escolha...


E, exatamente por isso, eu desejo que os meus amigos façam as melhores escolhas que puderem.


Desejo que sorriam o máximo que puderem.

Cantem aquilo que quiserem.

Beijem muito.

Amem mais.

Abracem bem apertado. Durmam com os anjos.

Sejam protegidos por eles.

Agradeçam por estarem vivos e terem sempre

mais uma chance para recomeçar. Agradeçam as suas escolhas, pois certas ou não, elas são suas.

E ninguém pode ou deve questioná-las. E eu gostaria de agradecer aos amigos que eu tenho.

Aos que me 'acompanham' desde muito tempo.

Aos que eu fiz este ano. Aos que eu escrevo pouco, mas lembro muito. Aos que eu escrevo muito e falo pouco.

Aos que moram longe e não vejo tanto quanto gostaria.

Aos que moram perto e eu vejo sempre.

Aos que me 'seguram', quando penso que vou cair.

Aos que eu dou a mão, quando me pedem ou quando me parecem um pouco perdidos.

Aos que ganham e perdem.

Aos que me parecem fortes e aos que realmente são.

* * *

Amor pra recomeçar

Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas que rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar
Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas que rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar
Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez
Quem é mesmo dono de quem
Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar



terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Saber viver






Dizem que a vida é curta, mas não é verdade.

A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades. E essa tal felicidade anda por ai, disfarçada, como uma criança traquina brincando de esconde-esconde. Infelizmente às vezes não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando nãos: a viagem que não fizemos o presente que não demos, a festa que não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos.

A vida é mais emocionante quando se é ator e não espectador; quando se é piloto e não passageiro; pássaro e não paisagem; cavaleiro e não montaria. E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.

Esta mensagem é um tributo ao tempo. Tanto aquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto aquele tempo que você não vai desperdiçar no futuro. Porque a vida é agora...

Não tenha medo do futuro, apenas lute e se esforce ao máximo para que ele seja do jeito que você sempre desejou. A morte não é a maior perda da vida.
"A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos."

* * *

Esse texto foi enviado pelo meu amigo Marcello Blanc. Ele desconhece a autoria. Pesquisou mas encontrou vários autores diferentes. De qualquer forma, independente de quem seja o autor, o texto é muito sensível e profundo.

Depois que caí na real, já há muitos anos, decidi que não apenas veria a vida passar, sentar no camarote e aconteça o que acontecer, ficando inerte. Assim como também não deixo de alimentar meus sonhos e de tentar concretizá-los.

Também tenho consciência de que por diversos momentos somos meros espectadores sim, que a vida nos leva por caminhos que não escolhemos, no entanto não se deve deixar que isso seja constante, assistir a tudo passivamente - afinal é a nossa vida. E por essas e outras que, quando não estou dando um certo rumo para minha vida, nas minhas horas vagas eu procuro fazer as coisas que gosto, que me dão prazer, sem deixar de compartilhar esses prazeres, o máximo possível, com as pessoas com as quais eu convivo. É assim que busco os meus instantes de felicidade. E de bem com a vida.

domingo, 28 de dezembro de 2008

O Amor bate na aorta



Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.

Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!

O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.

Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.

Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...


Carlos Drummond de Andrade

sábado, 27 de dezembro de 2008

Fome e sede





Fome e sede
Motivos sem fim

Indivíduos diversos e divergentes

Todos:
O estresse se vai, sem forçar
A fome nem sempre é de comida
É de gente, de ambiente, de visual, de palavras
E de ouvidos

Alguns:
A sede sempre vem acompanhada
De querer e se ter, e do que precisa
Com ou sem álcool
De olhos e ouvidos, mesmo que pense que não

Uns e outros:
O olhar pode ser furtivo, mais gostoso pode ficar
Os gestos denunciam, mais que a boca que não é vista
Mais que os olhos que não querem fingir
E mais denúncias
Nem sempre perdidas, nem sempre satisfeitas
Fome e sede

Que a procura não seja em vão:
Saciar um vício
O vício de todos, de alguns, de uns e outros
Os motivos são os mesmos, e provocantes
Alegrias, envolvimentos, prazeres
Assim como os encontros e desencontros
Os encontros podem ser individuais
Basta que se aproveite, e se deixe, e se tenha
Os desencontros, ninguém quer lembrar
Nunca individuais
Os motivos continuam os mesmos, vá lá
Fome e sede
E um sem fim de bares para te provar
Ou provar

Muitos bares e um pode ser único

Abandonar os demais, jamais
A escolha é honesta
Depende do encontro e da descoberta

Sempre tem um, apenas um, que é você
Os motivos estarão sempre lá, te esperando
Fome e sede
Sem fim

Márcio Luiz Soares

* * *

Nesta data o Zin’Bar, o meu bar preferido, está se despedindo do atual local, motivo pelo qual fiz esta postagem. Não poderia ser diferente, pois foi nele que este blog criou vida. A humilde poesia foi como uma homenagem ao bar que freqüentei desde a sua inauguração, há mais de três anos. Quanto estresse da faculdade, ou do trabalho, ou da vida, não deixei no fundo de um copo vazio! Principalmente numa taça de vinho tinto! Quantas pessoas que gosto dividiu uma mesa comigo! Quantas vezes não abri meus ouvidos e meu coração por ali! Ele em breve se mudará para outro local maior. Espero que tenha o mesmo charme que me cativou. Motivos para ele ser o meu bar preferido são muitos. Depois que se escolhe o preferido, e ele se despede de nós, a fome e a sede continua - o vazio também.