segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ocupando a mesma jaula






“Eu não vivo com você. Nós ocupamos a mesma jaula'', diz Margaret (Elizabeth Taylor) ao personagem Brick (Paul Newman) em ''Gata em Teto de Zinco Quente'' (1958), no filme de Richard Brooks, baseado na peça de Tennessee Williams.

Filme que recomendo para todo mundo. Além das ótimas interpretações, os diálogos deixam os apreciadores da palavra totalmente alucinados diante de tanta maravilha.

Encontrei esta frase memorável no UOL Cinema. Quem já assistiu ao filme, sabe o quanto é significante na trama, nos levando a refletir na estranha prisão interior em que os personagens se submetem.

Esta frase cabe na vida (se é que podemos chamar uma relação assim de vida) de muitos casais no mundo inteiro. Nem todos sobrevivem. Nem todos suportam. Nem todos fingem que não acontece.

Nem todos percebem. O que é pior.

sábado, 19 de setembro de 2009

Devoro-te (três)





Não querer demorar
Seria não querer te devorar

Não quero assim esperar

Pois a demora que me devora
Quase permite calcular o quanto separa
O ontem do amanhã, do agora


Márcio Luiz Soares

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Devoro-te (dois)




Não lamento demorar
Se assim te devorar

Não quero mais esperar

Pois a demora que me devora
Não permite calcular o quanto separa
O ontem do agora


Márcio Luiz Soares

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Devoro-te (um)





Anseio em demorar
Se lento te devorar

Não quero esperar

Pois a demora que me devora
Permite calcular o quanto separa
O amanhã do agora


Márcio Luiz Soares



* * *
Foto de Linda Mingay, Out of Time (2004)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Superficialidade na net





Recebi uma mensagem de um amigo que me disse muitas vezes sentir vergonha de ser homem pelas barbaridades que se vê na internet. Pessoas que não se respeitam e nem respeitam seu semelhante. A superficialidade é a característica marcante nessas pessoas.

Os grandes pensadores da humanidade (homens e mulheres) foram pessoas que dedicaram suas vidas ao estudo. Veja que hoje o hábito da leitura é escasso, e, geralmente, os livros escolhidos não são formadores de opinião inteligente. Mais do que estudar, é necessário uma metodologia de investigação científica. Isso resulta numa opinião madura e inteligente em torno da construção das ideias e do conhecimento, o que infelizmente vemos raramente hoje em dia.

Neste caso, a democracia é uma praga, porque as pessoas "puxam a descarga" dos seus pensamentos superficiais e descarregam na internet, o que é degradante... Você já encontrou um rubi ou esmeralda numa esquina qualquer? Difícil, né? A superficialidade é produto da formação de opinião em torno do "lixo cultural."

Lembre-se sempre: "uma aparência bonita encanta, mas uma palavra bem dita cativa."


Solange Vargas

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Saudosismo





Hoje estou saudosista.

A chuvinha de hoje cedo me fez lembrar do cheiro da terra molhada do campo, das viagens pra Catanduva, da casa da minha Tia Geralda.

Desde cedo, estou lembrando de momentos agradáveis do passado, do cheiro do bolo de fubá quentinho no finalzinho da tarde, da caneca de porcelana com café com leite, dos passarinhos cantando no quintal antes de procurarem um lugar acolhedor para dormir.

Também lembrei de quando eu chegava da praia, em Santos, e após um banho gostoso, minha mãe, enquanto assistia novela, me fazia cafuné. Uma dessas novelas era Marina, e era reconfortante ouvir a música de abertura na voz do Beto Guedes junto com a voz afinada da minha mãe.

Quantas vezes não tirei um cochilo assim, embalado pela serenidade, sentindo os dedos carinhosos dela me levando para um mundo de paz e sossego?...

Impossível conter o choro da saudade.


* * *
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
* * *
A música do clipe, Sol de Primavera, com Beto Guedes, é a da abertura da novela Marina. As imagens não são lá aquelas coisas. O que importa mesmo é a canção.



* * *
Foto de: Shaun Lowe (2004).