terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sem resposta





A grande pergunta que nunca foi contestada e à qual ainda não pude responder, apesar de meus trinta anos de investigação da alma feminina, é: o que quer uma mulher?


Sigmund Freud

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Afinal, o que querem mesmo?





Afinal, o que querem as mulheres?


A lendária frase "Afinal, o que querem as mulheres?", do pai da psicanálise Sigmund Freud, está até baseando minissérie da televisão brasileira. Acredito que essa indagação seja muito simples e sutil, nós mulheres queremos apenas ser o que nós realmente somos, cada uma do seu jeito, da sua cor, com seus sonhos, com seus medos, com seus desejos.

Umas tímidas, intelectuais, umas feministas e outras que amam ser dominadas, uma extrovertidas, alegres, discretas, espalhafatosas, cada uma com seus defeitos e qualidades, cada uma querendo ser amada e amar eternamente. Tantas Marias, Tantas Ana Paulas, Jayanes, Vitórias, Vivianes, Elziras, Aurys, Anissas, Thayses, Veruskas, Flávias, Môniks, Rafaelas, Tássias, Ingrids, cada uma traçando seus caminhos, buscando realizar seus mais íntimos sentimentos.

Freud não precisava ter estudando tanto para tentar entender a mulher, o que nós queremos, bastava ouvir as mulheres que ele tinha do lado desprovido de qualquer sentimento masculino, realmente para entender nós mulheres é necessário usar de uma boa quantidade de feminismo, de sedução e sutileza. Coisa que muitos homens não costumam fazer.

Os homens tentam nos decifrar com base nos hormônios e na visão masculina. Tudo em vão. Os homens nunca vão entender o porquê que nós sempre vamos ao banheiro juntas, pois eles nunca vão ao banheiro juntos. Os homens nunca vão entender o porquê que nós necessitamos que eles percebam que fomos ao cabeleireiro. Que nós precisamos de flores mesmo que depois elas murchem e tenhamos que jogar fora, eles nunca vão entender. Os homens nunca vão entender a dor que sentimos quando nossas unhas quebram. Nunca vão entender porque necessitamos ser amadas, porque merecemos um dia no salão de beleza, porque amamos nos vestir pra as outras mulheres.

Enquanto o homem, observar a mulher com olhares demasiadamente masculinos, eles nunca, nunca vão nos entender, isto eu tenho certeza. Para cultivar bem uma flor você tem que saber como deve podar, a que horas deve regar, e deve principalmente ter gentileza, sensibilidade para tocar aquelas lindas delicadas pétalas. É homens, é Freud, realmente não é fácil nos entender, se os olhares que nos estudam sejam repletos de testosterona.

A meu ver é muito simples entender nós mulheres, difícil mesmo é saber "Afinal, o que querem os homens"? E mesmo munidas de tantos instrumentos, até um tanto masculinizados, não é simples entender os nossos maravilhosos homens. Mas ainda me atrevo a dizer que é melhor não os entender mesmo. Às vezes a certeza causa muitas frustrações, nos deixem assim, cada dia sendo surpreendidas com um homem diferente no mesmo corpo, isso também faz parte do mundo feminino, amamos nos surpreender. Fica a dica rapazes.


Ana Paula Porto
(anapaulaporto29.blogspot.com)

domingo, 28 de novembro de 2010

O verdadeiro lar





Morei na mesma casa a infância toda, com jardim e árvore de manacá em meio a margaridas. Meu primeiro lar de casada foi bem pequeno, com apenas um quarto. Depois de dois anos fomos para outro, de dois cômodos.

Com a chegada do primeiro filho, nos mudamos. Vieram mais duas crianças e fomos para outra residência, enorme, que tivemos condições de arrumar em detalhes. Um dia, o velho lar pareceu grande demais para uma só pessoa, eu.

Na mudança, encontrei livros que não li, álbuns de fotos inacabados, cartas e cartões e muita saudade de mim mesma. Quando terminei a arrumação, percebi que a casa estava leve, como eu me sentia. Não queria mais ir para outro lugar.

Muitas vezes precisamos da mudança física para descobrir nossa mudança emocional. Nossa casa pode ter jardim, escadas e corrimão, mas sempre será só uma casa. Nosso lar nós carregamos dentro do peito. E, se ele está feliz, não importa endereço, jardim, parede, vizinhos, ser só ou não. Morar no coração e de coração é o verdadeiro lar!


Eliana Linares

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Falta do que não se tem





Na minha vida encontrarei milhares de corpos femininos.

Desses milhares, desejarei algumas centenas, mas dessas centenas de mulheres, estarei sempre amando só uma. E por que essa e não outra? O que me fará ter medo de perdê-la? Que parte desse corpo, que gesto dessa mulher, que palavra?

O jeito de levar a mão à cintura? Uma mecha de cabelo que cai sobre a testa? O livro que lê sozinha na praia?

São necessários muitos acasos e uma teia de coincidências, para que eu a encontre. Enquanto isso não acontece, estou condenado a buscá-la. Em estado de suspensão, com o espírito confuso, flutuando como o mar, soprando como o vento. Sem verdades, nem palavra.


* * *

O texto (sem título) foi extraído da série televisiva Afinal, o que querem as mulheres? (episódio 2), veiculado pela Rede Globo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Naquele dia





Naquele dia eu senti
que seria doce ficar.
Que seria tanto despir,
O que o tempo tenta
voar...

Naquele dia eu ouvi,
que amaria até doer.
Que seria segredo sorrir,
o que dentro saliva em chorar.

Naquele dia aprendi,
que te olharia até dormir.
Que seria eterno tentar,
o que boca teima em fugir.

Naquele dia menti,
o que os olhos tentam gritar.
Em tuas mãos eu senti:
o que arranha tanto explicar...

Naquele dia fiz manha,
cantei até te expulsar...
E a vida assanha a garganta,
e o amor tenta curar...


Luciane Maria Lopes Zanata


* * *

Foto: de Eric Knoblock