sábado, 27 de dezembro de 2008

Fome e sede





Fome e sede
Motivos sem fim

Indivíduos diversos e divergentes

Todos:
O estresse se vai, sem forçar
A fome nem sempre é de comida
É de gente, de ambiente, de visual, de palavras
E de ouvidos

Alguns:
A sede sempre vem acompanhada
De querer e se ter, e do que precisa
Com ou sem álcool
De olhos e ouvidos, mesmo que pense que não

Uns e outros:
O olhar pode ser furtivo, mais gostoso pode ficar
Os gestos denunciam, mais que a boca que não é vista
Mais que os olhos que não querem fingir
E mais denúncias
Nem sempre perdidas, nem sempre satisfeitas
Fome e sede

Que a procura não seja em vão:
Saciar um vício
O vício de todos, de alguns, de uns e outros
Os motivos são os mesmos, e provocantes
Alegrias, envolvimentos, prazeres
Assim como os encontros e desencontros
Os encontros podem ser individuais
Basta que se aproveite, e se deixe, e se tenha
Os desencontros, ninguém quer lembrar
Nunca individuais
Os motivos continuam os mesmos, vá lá
Fome e sede
E um sem fim de bares para te provar
Ou provar

Muitos bares e um pode ser único

Abandonar os demais, jamais
A escolha é honesta
Depende do encontro e da descoberta

Sempre tem um, apenas um, que é você
Os motivos estarão sempre lá, te esperando
Fome e sede
Sem fim

Márcio Luiz Soares

* * *

Nesta data o Zin’Bar, o meu bar preferido, está se despedindo do atual local, motivo pelo qual fiz esta postagem. Não poderia ser diferente, pois foi nele que este blog criou vida. A humilde poesia foi como uma homenagem ao bar que freqüentei desde a sua inauguração, há mais de três anos. Quanto estresse da faculdade, ou do trabalho, ou da vida, não deixei no fundo de um copo vazio! Principalmente numa taça de vinho tinto! Quantas pessoas que gosto dividiu uma mesa comigo! Quantas vezes não abri meus ouvidos e meu coração por ali! Ele em breve se mudará para outro local maior. Espero que tenha o mesmo charme que me cativou. Motivos para ele ser o meu bar preferido são muitos. Depois que se escolhe o preferido, e ele se despede de nós, a fome e a sede continua - o vazio também.

4 comentários:

Pequena disse...

Crédito da foto: by Kelinha, rs
Bjim com sodadeeeee

Ana disse...

Nossa! Esse bar deve ser uma coisa mesmo, hein?! rs Até ganhou uma poesia!!
Pena que não moro em Campinas pra poder compartilhar dele!
Concordo com você, quando diz que quando a gente prefere um bar fica assim. E nem por isso abandonamos os outros, depende de certos fatores mesmo. E a coisa sobre desencontros, uau!! É por aí mesmo!!
Também gostei da sua divisão: "todos", "alguns", e "uns e outros". Ainda mais nessa parte: "O olhar pode ser furtivo, mais gostoso pode ficar/Os gestos denunciam, mais que a boca que não é vista/Mais que os olhos que não querem fingir/E mais denúncias/Nem sempre perdidas, nem sempre satisfeitas/Fome e sede" Que demais! Ainda estou nesse grupo de pessoas!! rs
E depois alinhavando os três. Simplesmente fantástico!
Parabéns, meu querido!
Beijos

Unknown disse...

"Sempre tem um, apenas um, que é você / Os motivos estarão sempre lá, te esperando / Fome e sede / Sem fim"
Tenho que reconhecer: existe um bar que é a minha cara! Sempre vou lá pra matar minha fome de comida, minha sede de cerveja. E tbem de muitas outras fomes e sedes! É isso aí, retratou muito bem! Valeu!

Gabriela Angeli disse...

Olá, Márcio!

Vim visitar seu post que também foi dedicado ao amado Zin'Bar e aproveitei para olhar tudo! risos

Interessante saber que foi nele que seu blog criou vida, o Zinbão nos inspira em pequenos detalhes!

Gostei daqui, dos textos e o visitarei mais vezes! Parabéns pelo trabalho!

Beijos,
Gabi.